quarta-feira, 5 de setembro de 2007

Screw you

Se há coisa que me desarma é a falta de tolerância, sobretudo se vier de uma pessoa que goste e a quem reconheça alguma inteligência. Não tenho, evidentemente, problema nenhum em compreender que nem todos têm de ver o mundo da mesma maneira que eu o vejo, nem ter as minhas convicções, motivações etc. Consigo perfeitamente aceitar uma opinião diferente, mesmo sem concordar com ela. Considero enriquecedor o debate de ideias e a discussão de pontos de vista diferentes, no entanto só considero que uma opinião é válida se vier devidamente fundamentada, para que de algum modo possa perceber porque é que a pessoa pensa assim ou assado. Claro que não estou há espera do assentimento geral, mas quando alguém passa ao insulto fácil para terminar qualquer questão, e a dá por terminada só porque não tem nem quer esgrimir argumentos, mas ao mesmo tempo deixa a sua iluminada opinião como verdade incontestável e a opinião do outro é reduzida ao estatuto de inexistente ou simplesmente de anormalidade saída da cabeça de outro anormal, consegue sem dúvida deixar-me de rastos.
Uma pessoa que se serve da boçalidade do berro para deixar como última palavra a sua e nem se esforça por compreender o outro causa-me arrepios, mas o que mais me amofina é o facto de concordar com algo, que em principio estaria contra ou não fazia propriamente questão, só para agradar o outro, e no fundo o outro sabe que aceitaste fazer determinada coisa só porque sim e não por acreditares verdadeiramente nela e ainda te massacra porque o que ele queria mesmo era que tu o fizesses e defendesses, tipo vou à missa para te fazer companhia, porque tu gostas, mas não ficas satisfeito por que tu querias mesmo é que eu fosse uma beata fervorosa membro da Opus Dei e continuas a tratar-me como se eu fosse um monte de esterco, poque eu é que sou anormal por não ter tua óbvia e incontestável devoção, ainda que aguente uma missa por tua causa, não te cobrando mas só dizendo quando perguntas que não faço questão de ir mas vou contigo, por ti, mas isso para ti é insuficiente. BAH.

(o exemplo é imbecil e fictício, mas ilustrativo do que quero dizer e de aonde quero chegar.)

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