sábado, 30 de maio de 2009

sexta-feira, 29 de maio de 2009

Alexandra


Tomei conhecimento do caso desta menina só alguns dias depois dela ter sido enviada para a Rússia. Dilacerou-me a alma ver aquelas imagens da menina aos gritos e em prantos a ser arrancada à força daquela que ela conhece por família, o sofrimento dela, o sofrimento da família, o sofrimento. Como é que se pode fazer isto a uma criança? Porque é que a criança não pode ter uma palavra a dizer? É óbvio que o desejo da criança era ficar onde estava. Como é que fica a justiça portuguesa depois de extraditar a criança, porque é disso que se trata. Esta coisa da prevalência absoluta dos laços de sangue ultrapassa-me, é certo que não devem ser desprezados, mas esta noção medieval de ver as crianças como objecto propriedade de quem as pariu é anacrónica e muitas das vezes não coincide com o tão apregoado superior interesse da criança e é claro que este é um desses casos. Se calhar estaríamos todos mais descansadinhos se a situação fosse outra, ou seja, se a criança fosse para o seio de uma família estruturada, pai, mãe, irmãos, avós etc, se tivesse condições semelhantes aquelas que estava habituada, se se visse um amor desmesurado da parte da mãe e restantes parentes, estaríamos mais descansados mas mesmo assim não deixava de ser violento para a criança. Estas mudanças radicais de país, língua, ambiente, comida, clima, escola, amigos são sempre dolorosas mesmo na companhia da família, quanto mais nesta situação em que a criança é extraditada para junto de gente que não conhece, para uma língua que não conhece afastada das pessoas que ela entende por família e a quem ela chamava pai e mãe. Não se valorizaram os laços relacionais da menina, o juiz ou colectivo, sei lá como é que eles decidem, nunca pensaram nela, no seu sofrimento, trataram-na como uma coisa, condenaram-na, era a vitima e foi condenada, e agora diz-se chocado com os cascudos que a viu levar da mãe na televisão, pois também eu fiquei chocada e 99% da população também, mas já estávamos chocados antes com a sentença dele, e ainda diz que se calhar julgou mal os pais adoptivos, e se calhar também se excedeu na linguagem do acórdão ao falar na ânsia de uma maternidade serôdia por parte de Florinda. Nem que fosse verdade, ansiar por uma maternidade serôdia, pelos vistos, é aos olhos deste juiz um crime maior que abandonar a criança, negligenciá-la, ser alcoólica, etc.

Se queriam que a criança se relacionasse com a mãe, o que, evidentemente eu não discordo, porque é que em vez de a mandar embora não a obrigaram a ficar em Portugal durante um determinado período de tempo para haver uma adaptação dela à filha e para ela aprender russo, havendo um contacto periódico com as pessoas que a criaram. Porque é que a obrigaram a esta separação abrupta, a esta violência. Dão-se pensões e rendimentos mínimos a tanta gente, porque que é que não se deu a esta mãe para ficar cá pelo bem da filha? É mais simples lavar as mãos.

Tenho vergonha do meu país, desta justiça em que os cidadãos não acreditam, que favorece o prevaricador e penaliza o inocente, que não contempla a criança e a trata como coisa, que condenou esta criança a um futuro triste tanto emocional como social, como é que ela vai iniciar uma vida escolar numa língua que não conhece?

A mãe abandonou-a e ganhou na justiça. A menina perdeu duas vezes, a mãe biológica que a abandonou e com quem não criou laços, a família que conheceu e de quem a arrancaram, e vai continuar a perder porque não há nada a fazer por ela, é russa e está na Rússia, ninguém vai poder mudar o que aconteceu ou remediar o mal. Resta ter esperança que a mãe a ame de verdade e opte pela felicidade da filha, mas nem sei se mesmo que ela quisesse poderia reverter a situação. Tenho um filho de 6 anos, sei como sentem, sei o que sabem, sei o que os assusta, para esta menina os maus ganharam e o papão veio mesmo.

Porcaria de país e porcaria de pais que mesmo depois de abandonarem os filhos continuam a prejudicá-los, pobre criança.

terça-feira, 26 de maio de 2009

Questão

Como é que o juiz, que decidiu mandar a menina, parida por russa alcoólatra para a Rússia, consegue dormir?
Como é que se envia uma criança de 6 anos para um país que não conhece, onde não fala a língua, para uma família que nunca viu, que não a criou, não a cuidou, não a acarinhou,com quem não se relacionou?
A nossa justiça continua a tratar as crianças como coisas, cuja posse e direitos de propriedade vêm descritos nos livros do código civil, além do qual não conseguem ver, sem nunca ter em conta o tão falado superior interesse da criança.
Como é que consegue dormir e ver na televisão, refastelado na sua casinha de classe média alta , a criança a ser esbofeteada pela sua mãe biológica?

sexta-feira, 22 de maio de 2009

quinta-feira, 21 de maio de 2009

dislates

A trabalhar que nem uma moura, cá ando eu. Nem tenho andado a par das noticias.
Será que já temos gripe suína? Não? Bolas, a comunicação social deve de estar possessa, não há meio de figurarmos no mapa-mundi.
Vi a Bárbara Guimarães embalada em vácuo numa coisa dourada a apresentar um programa na televisão, sei que houve o festival da eurovisão, e pouco mais captei.
Ah, este país está cada vez mais tragicómico, houve para aí uma professora, lá para o norte, porque será?, que resolveu andar a falar de bacanais aos alunos, houve para aí também mais um "caso Esmeralda", desta vez com uma Russa, o Juiz lá deve ter decidido conforme vem escrito nos livros, a mais não é obrigado, que se foda! OOppss, também não posso opinar, não sei nada.
Cheers

sábado, 16 de maio de 2009

sexta-feira, 15 de maio de 2009

desabafo

Que chato querer mandar as pessoas à merda e ter de sorrir para elas.
Acontece-me muito, tanto socialmente como em trabalho. Sou nojenta.
By the way, o Cristo-rei amanhã faz anos (50).
Hoje conheci um pintor alentejano (em sentido figurado, que o homem já bateu a bota), Dordio Gomes (nome do caraças), nasceu em Arraiolos, viveu em Paris e foi professor nas Belas artes do Porto, influenciou-se por Cézanne, gostei!

terça-feira, 12 de maio de 2009

domingo, 10 de maio de 2009

alentejo

Sábado, fomos até Arraiolos, visita de reconhecimento e ao mesmo tempo passeio em família.
O senhor seja louvado, não vomitaram no carro, às vezes vomitam os dois, por isso às vezes até já evitamos saídas de carro.
Passeio pela vila, está bonita, limpa, arranjadinha, o castelo está decrépito. Almoço num restaurante óptimo, O Alpendre, o Guia da Boa Cama e da Boa Mesa nunca me deixa ficar mal, fomos um bocado alarves, ainda hoje arroto a coentro e alho.
Vimos vacas, ovelhas, passarada, coelhos, cavalos, campos floridos, ainda esverdeados, amarelos, brancos e roxos; sobreiros, vinha, oliveiras, azinheiras e casas brancas com faixas coloridas e as suas chaminés enormes, bonito, os miúdos gostaram e nós também.
É sempre bom passear seja qual for o motivo.

sexta-feira, 8 de maio de 2009

quinta-feira, 7 de maio de 2009

A propósito...

Destes desabafos,
Há dez anos, ainda na casa dos vinte, ganhava mais do triplo do que ganho hoje e não tinha nem um terço das despesas que tenho hoje. Actualmente trabalho mas não tenho emprego, enquadro-me naquele rótulo de profissional liberal, que gere, em teoria, os dias de trabalho. Dois filhos depois, tive que repensar a minha vida e reajustar-me à realidade de ser mãe, abrandar no trabalho e tive que passar a aceitar somente trabalhos que não me exigissem viajar, ou seja desci vertiginosamente os degraus da escada profissional, quer economicamente, quer ao nível do status profissional. Não me arrependo, tive filhos porque quis e sempre soube que quando os tivesse, iria ser eu a criá-los. Sei que nem toda a gente se pode dar ao luxo que eu me dei, porque no fundo, hoje em dia, isto é um luxo e não uma fatalidade, continuo a trabalhar, menos é certo, mas não tenho que sair todos os dias de casa às 7 ou 8 da matina para manter um emprego, e regressar desgrenhada 10 ou 11 horas depois. Dou-me a esse luxo porque me disponho a viver com menos, e também porque o sr. pilares lá vai ganhando para a maioria das despesas familiares. Lamento que muitas mulheres não o possam fazer e o desejassem, e lamento também aquelas que podendo, jamais o fariam, com receio do atestado da incompetência mental e intelectual e por acharem que ficam mentecaptas só por darem o devido acompanhamento aos filhos. Creio que o melhor é procurar o equilíbrio, que se situa em pontos diferentes de pessoa para pessoa, mas devemos sempre acompanhar os nossos filhos enquanto são pequenos porque tudo passa a correr e quando houver lugar para arrependimentos já pouco há a remediar. Hoje trabalho menos do que gostaria e do que preciso, mas já não se deve somente às minhas opções, deve-se sobretudo à famosa crise que ainda veio limitar mais as minhas hipóteses face às limitações que eu própria impus. Paciência.

segunda-feira, 4 de maio de 2009

sábado, 2 de maio de 2009

no caso de um dia vir a sofrer de alzheimer


H1N1

Às vezes até fico com a impressão que a nossa imprensa anda desiludida com o facto de ainda não termos, em Portugal, nenhum caso de gipe suina confirmada, irra.