segunda-feira, 29 de outubro de 2007

tamagotchi

Não fosse a noção da inutilidade deste espaço, até era capaz de vir cá escrever mais coisas. Mas para quê? Já me vai secando esta espécie de diário, muro de lamentações, ou lá o que isto é? Parece um tamagotchi(?) que tem que ser entretido para não morrer.

quarta-feira, 17 de outubro de 2007

perseguição

Vi-as hoje outra vez em Alcântara, eram 8h30, assim que me viram vieram em vôo picado em direcção a mim, até tremi. Dei corda aos sapatos e pus aquela cara de antipática, que aliás não me é nada difícil de concretizar. Só falta virem bater-me à porta, tipo Domingo 8h00 da manhã (era mulher para lhes despejar um caldeirão de azeite a ferver em cima, mas depois quem arderia para sempre nos caldeirões do Demo era eu, livra).

segunda-feira, 15 de outubro de 2007

Jesus

-Oh mãe, quando é que vamos ao país do Jesus vê-lo?
(Ai mê pai)
-Isso é muito longe, além do mais ele já morreu?
-Não morreu nada, tá lá na cruz dele.
-E está a fazer o quê na cruz.
-Está lá para nós o vermos.
-São só estátuas, não é a sério.
-È sim. Tu não sabes.
-Tá bem!
-Então onde é que ele está?
-Olha, diz que está em todo o lado.
-Mas eu não o vejo.
-Nem eu
-Mas quero vê-lo. Porque não vamos ao país dele.
-Porque é longe e lá andam sempre em guerra.
-E quando acaba a guerra?
-Não sei, há mais de 2000 anos que andam naquilo.
-Acaba amanhã?
-Não me parece.
-Mas eu quero ir vê-lo.
-Vamos falar de outra coisa.
-Oh mãe eu queria.
-Ai! socorr0!!

( que raio de coisas que os putos se preocupam, eu aos cinco anos tinha lá estas inquietações.).

Despertai!

Hoje cruzei-me outra vez com as madames da Despertai! Ainda me olharam com aquele ar de predador, e eu reduzi-me à minha condição de presa e fugi, fugi a sete pés.Uffa

Insulto

Hoje apetecia-me mesmo era vir aqui escrever um chorrilho de asneiras, daquelas mesmo cabeludas, daquelas que saem sempre bem pronunciadas mesmo por quem não tem uma dicção de jeito. Não é que a decência não me permita fazê-lo, até gosto de dizer umas asneirolas, mas assim gratuitamente, parece que a coisa não me sai, sem ter um objecto vitima do insulto, a coisa não tem graça enfim, não me apetece insultar ninguém a não ser a mim própria: ##=###RTGXopftrjhhata.«3#### às vezes sou a coisa mais estúpida, parva, imbecil, covarde, anormal, senil, idiota,burra, comichosa, asna, besta, ignorante, cretina, etc. Se eu o digo quem ousará contradizer-me. Por aqui me fico.

domingo, 14 de outubro de 2007

Calma


Já há uns dias, que as senhoras da revista Despertai!, não me perseguem. Tenho que ficar muito sossegadita para elas não darem por mim.

Alice

Vi hoje.
Gostei. Fez-me chorar, não só pelo desespero das personagens, mas também por aquela Lisboa lúgubre, tristonha, de gente solitária, que é como eu vejo cada vez mais esta cidade.

outono

Que bom que é ter dias de verão no outono. Alguma coisa se bom este país havia de ter.

quinta-feira, 11 de outubro de 2007

Jeovás III

Socorro!!!

Não é que hoje vieram atrás de mim outra vez. Estava eu sentadinha, a fumar um cigarrinho, num daqueles banquinhos, no parque das nações, perto daqueles vulcõezinhos que jorram água em vez de lava, e vi-as, ía uma de cada lado do "rio" que une os vulcões, e eu a vê-las pela canto do olho, e a pensar: é desta que não escapo, estou aqui indefesa. Pus os óculos escuros e aquele ar inacessivel, mas de nada me serviu, lá veio uma, literatura na mão; perguntou-me se me podia dar a conhecer a sua revista, eu rosnei algo que nem eu percebi e olhei de soslaio para a tal revista e vi que se chamava "Despertai!", ela insistia e eu lá fui mais convincente com um "deixe estar, obrigada, não estou interessada" e ela lá se pirou. Andam a apertar-me o cerco, já não sei o que faça.

quarta-feira, 10 de outubro de 2007

Jeovás II

Afinal também andam por Alcântara, hoje vieram atrás de mim, logo pela fresquinha, ás 9 da matina, e eram três, ataviadas de prospectos, e muita santidade. Fuji logo delas, "pernas para que te quero?". Estamos a ser invadidos por estas senhoras, com ar muito bimbo, mas persistentes no seu intento. Apre! Não hão-de ser mais persistentes que eu. Sinto-me acossada, mas fugirei....

terça-feira, 9 de outubro de 2007

Jeovás I

Andam umas velhinhas aos pares pelo Parque das Nações a espalhar a mensagem de Deus, de cada vez que as vejo, fujo delas a sete pés, mas aquelas almas vêm sempre atrás de mim. São muitas, até já tenho medo delas, com aquele ar de domésticas evangelisadoras vai que me endrominam como quem não quer a coisa e me convertem, eu uma herege. Diz que aquilo dos jeovás é como os gays, quem para lá passa nunca mais de lá volta. Não que eu tenha alguma coisa contra uns e a outros. Mas não gosto de ter alguém a tentar convencer-me que o seu lado é o certo e que o meu é o errado. Mesmo assim preferia ser gay a jeová. Lembro-me quando era miúda haviam muitos jeovás na minha terra, e os filhos destes, da minha idade, nunca podiam ir a festas, nem aos bailes da terra , nem ás matinés. Livra, mil vezes ser gay, pelo menos, aqueles que conheço são bem festeiros. Esta comparação se calhar é despropositada, mas também ninguém lê isto, portanto não há nenhum problema. Essas velhotas que se afastem de mim, que eu não troco a Caras por aqueles panfletos que elas me querem impingir.

Equador

Hoje, ía eu no autocarro, sim , ando de autocarro, so what?, ía eu no autocarro, um que vai para Santa Apolónia, nem sei o número, e, na praça do comércio, entram dois galifões mesmo com aquele ar de chunga a puxar para o rufia, mesmo aquele ar de quem não pode negar que nasceu e cresceu no mais triste dos subúrbios e dali só andou para trás e não sendo suburbanos o máximo que podiam ser era de Chelas, desculpem-me as pessoas de bem que moram em Chelas, mas estes tinham mesmo ar de troublemakers. Entraram com o cigarro ainda meio aceso, aquela atitude meio provocatória, e sentaram-se nos bancos mesmo ao lado do meu, e vinham a murmurar alguma coisa sobre a bófia. Eu observava pelo canto do olho e reparei que um deles tinha na mão o Equador do Miguel Sousa Tavares, e, entretanto começara a folheá-lo, eu, mente preconceituosa, comecei logo a achar que não "batia a bota com a perdigota", que é como quem diz "não condiz a letra com a caneta", ou seja, aquilo era mesmo o tipinho de gente que eu não tava mesmo nada a ver com um livro na mão, via-os com uma pistola, com a Bola, uma cerveja, um punhal, e pensei o mundo está perdido, um chunga que lê! Depressa cessou o meu espanto, porque depressa percebi , eu e a senhora que estava na minha frente, que me olhou com aquele ar de quem também estava a matar a charada, que tinham acabado de gamar o livro e não só, entretanto, sacaram de uma embalagem que tinha um objecto representado, que assim meio de lado, parecia um microfone sem fios, santa ignorância, nem os biltres, pelos vistos, sabiam bem o que tinham roubado, e começaram a conjecturar sobre o que era aquilo, e eu, muito interessada, percebi então que aquilo não era de facto o que aparentava ser, era um massajador facial, vulgo vibrador, e puseram-se a ler alto e bom som, "ajuda-o a descontrair através da estimulação das zonas erogénas (foi assim que o anormal leu),(...)estimule o clitóris (idem), etc. etc..Claro, que apesar de mais ou menos juntar as letras a ileteracia do energúmeno era como uma aura de burrice que aumentava cada vez que pronunciava uma palavra.
Em que loja se pode comprar o Equador e também o tal do vibrador? Será que é na Fnac?
Bem também podem ter roubado em dois sitios. Deve ter sido isso. Como diz a minha blogger favorita, deviam de ser açoitados com umas belas vergastadas.

segunda-feira, 8 de outubro de 2007

blogues

Tenho dado umas voltas pelos blogues. Fiquei estupefacta com a quantidade de blogues que há e a respeito de tudo e mais alguma coisa. Há aquele tipo de blogue, tipo meu, de quem não tem que fazer e vem aqui dar azo às suas sandices, há aqueles das mães sobre todos os xixis e cócós dos rebentos que escrevem como eles falam e que são a maior seca que existe, há aqueles de pseudo intelectuais que dizem que escrevem livros ,ou planeiam fazê-lo, e depois escrevem com erros ortográficos e gramaticais, há aqueles que são mesmo intelectuais e que eu , na minha infinita ignorância não consigo atingir, sobre plantas, ópera, cinema ,musica, literatura, de gente que se dedica a algum tipo de artesanato e aproveita o blogue para o divulgar ou fazer negócio, enfim há de tudo, e eu às vezes, em vez de estar a ler um bom livro ou a arrumar a casa ando por aqui a perder o meu tempo.
Enfim é preciso um bocadinho de tudo (seja lá o que for que isto quer dizer)

quinta-feira, 4 de outubro de 2007

La Guerra di Mario (Mario's War) 2005

Ainda não vi, mas quero ver diz que é molto carino

Erasmus

Hoje encontrei-me numa situação em que vários jovens estrangeiros, a residir temporáriamente em Portugal ao abrigo do programa Erasmus, davam a sua opinião sobre o nosso país e as gentes, e dizia uma polaca que estranhava muito o nosso modo de vida, dizia que lá na terra dela estava tudo organizado, tudo estruturado, cada coisa tinha o seu lugar, enquanto cá é "tudo ao molho e fé em Deus", não disse assim mas foi o que quis dizer, quando se trabalhava, não havia cá hora de almoço, nem pausa para café nem para cigarrinho, etc. uma italiana e um checo chamaram a atenção para o facto de em portugal se beber muito, inclusivé, frisou o checo, que parece que em Portugal sem bebida não há divertimento, mas o comentário que mais estranhei veio da boca de outra criatura que tinha ar de holandesa ou escandinava, não sei, pelo menos tinha ar do norte da europa, dizia que era muito dificil chegar aos portugueses, que só fazia amigos entre os outros estrangeiros e que os portugueses eram muito distantes e fechados.
Estamos tramados. Dantes eramos vistos (pela geração dos pais destes) como povo hospitaleiro, valorosos trabalhadores, de brandos costumes, talvez um pouco parolos, assim meios irmãos dos espanhois, país onde se come bem, etc. etc.
Agora somos vistos pela nova geração como bêbados, desorganizados, negligentes no trabalho, sorumbáticos, comunidade fechada (tipo amish, não sei), preguiçosos, adeptos do deixa andar, sei lá que mais.
Até fiquei baralhada, mas o que verdadeiramente me amofina é que nada disto é mentira, somos tudo isto e pior. Os pais deles só cá vinham de férias, estes vieram para cá estudar, não ficaram só pelo very typical, e ficam a conhecer-nos melhor. Não quero com isto dizer que inveje ou admire o modo de vida defendido pela polaca, mas o nosso também não é exemplo para ninguém.
Meditemos

terça-feira, 2 de outubro de 2007

Fafá de Belém - Vermelho (Ao Vivo)

E por falar em vermelho aqui fica algo a propósito

Vermelho, vermelhão

Hoje a petece-me escrever a vermelho. Quando era miúda diziam-me sempre que não se devia escrever a vermelho, que era falta de educação, que escrever a vermelho a uma pessoa era o mesmo que mandá-la à merda. Isto sempre me fez confusão, o que é que o vermelho tem a ver com merda?, nunca percebi a relação, e nunca me senti mandada à merda ao ler fosse o que fosse escrito a vermelho.
Como ninguém lê isto não há absolutamente perigo nenhum de alguém se sentir mandado ao dito sitio, assim , escrevi aqui a vermelho, com gosto, é certo, mas sem ter dito nada, isso sim é preocupante e, talvez até insultuoso, escrever a vermelho ou noutra cor e, de facto, não dizer nada.
Cura-te!

segunda-feira, 1 de outubro de 2007

Alforreca

Às vezes sinto-me uma alforreca viscosa que dá choques eléctricos. BRRRRRRRrrr

Chuva

Começou a chover e como é normal, nos países do terceiro mundo, foram casas logo inundadas, automóveis arrastados, enfim o costume. No verão arde a mata porque não se limpam as florestas, no inverno as chuvas inundam estradas e casas porque não se limpam as sargetas.
A ver se além de suficiente para fazer inundações, esta chuva também foi suficiente para lavar ocheiro a mijo latente nesta cidade, parece que vivemos na idade média.

Esmeralda

Sou mãe, os meus filhos são a minha vida. Não consigo imaginar-me sem eles. Além dos laços de sangue, existem os laços do amor, da convivência. Um dos meus filhos tem a idade de Esmeralda. Ao olhar para ele penso que, vendo as coisas da perspectiva dele, para ele pouco lhe importa os laços de sangue, não tem idade para saber o que é isso, para ter essa noção, somos a mãe e o pai dele, as pessoas que o amam, que o cuidam, que lhe ralham, que lhe dão carinho, que vivem com ele, é nosso filho biológico, mas quer lá saber o que é isso, não consigo imaginar nada que o aterrorizasse mais do que agora chegar alguém ao pé dele e lhe dissesse tu tens que ir viver com outra pessoa porque os teus pais não são teus pais, os teus pais são outras pessoas e é com elas que vais passar a viver, deve ser horrivel, aterrorizador para uma criança daquela idade.
Quem é que agiu mal? Na minha modesta opinião, todos os intervenientes. A mãe agiu mal porque a deu (ou vendeu??) o pai porque se recusou a ajudar a mãe e não quis saber do assunto, se tivesse dependido dele a criança não teria nascido, teria morrido, sei lá. Os pais afectivos agiram mal porque não deviam ter ficado com ela naquelas circunstâncias, como se estivessem a fazer um contrato de promessa de compra e venda, e os juizes agem mal porque tomam as decisões baseados em leis que foram feitas a pensadas por adultos, para adultos e que raramente, ou nunca, pensam na criança ou no beneficio da criança, são leis feitas para punir ou beneficiar adultos. A decisão tomada favorece o pai biológico, pune os pais afectivos e prejudica inegavelmente a criança, apesar de se falar tanto no superior interesse da criança. Pelos vistos os senhores juizes acham normal, e legítimo um homem não querer saber da paternidade, havendo essa possibilidade, mantendo, ou não a relação com a mãe. Pelo que eu percebi o interesse do pai, só surgiu quando o casal tentou formalizar a adopção.
Argumentam os juizes que decidir de outra maneira iria, eventualmente, abrir um precedente no caso de raptos, em que a criança não convivesse com os pais e construisse laços de afectividade com os raptores e desse modo, alegando traumas para a criança, uma familia se visse impossibilitada de reaver uma criança raptada. Esta criança foi raptada? Não! Existe uma situação familiar estável, uma familia padrão, pai e mãe juntos? Não! Se calhar se Baltazar tivesse estado presente desde o inicio a mãe não a tinha dado. Tem Baltazar o direito de se arrepender e querer conviver com a filha? Tem! Assim como a própria mãe biológica também tem esse direito. Alguém perguntou à criança o que ela quer ou pensa? Não tem idade para querer nem para pensar. E quando tiver?
A solução não é fácil mas para ser minimamente justa tem que passar por todos os intervenientes. Uma coisa tenho eu a certeza como mãe de uma criança (biológica e não só) da mesma idade, não é do interesse da criança ser arrancada do lar que conhece, nem dos pais que conhece e ama, embora reconheça que talvez também não seja do seu interesse ser impedida de se relacionar com o pai biológico. Deviam pensar melhor.