terça-feira, 11 de setembro de 2007

memories

Era uma vez uma criança que acreditava que os pais eram feitos de papelão e dominavam o mundo. Era barrigudinha e uma vez, tinha ela uns 7 ou8 anos e os amigos da escola disseram a L. parece que está grávida, aquilo ofendeu-a mesmo e nunca mais se esqueceu do sucedido, mas também não a complexou ao ponto de se tornar anorética. Essa criança estava habituada a andar pelo campo a a correr no meio das vinhas, feijoais, pomares, trigais, em estradas de terra cheias de pó nos dias quentes de verão e ao longo das quais ouvia o barulho ensurdecedor dos insectos estivais que se concentravam na beira do caminho em sinfonias cacofónicas, cruzava o rio com os pés descalços, molhava os pés e tempos houve em que se aventurou a apanhar enguias e reibacos(??), seja lá isso o que for assim se pronunciava assim o escrevo, designava uns peixes pequenos que existiam no rio e que se apanhavam só pelo gozo, depois libertavam-se outra vez, as enguias tinham pior sorte, serviam de repasto. Era uma aventura caminhar dentro do rio quando este tinha pouca água ás vezes viam-se coelhos, galinholas, cobras, e outros animais que não consigo nomear, as árvores com os ramos tombados em direcção à àgua cobriam o céu sobre o rio deixando somente entrar escassos raios de luz. Passado o rio ía pelos pinhais fora sentido o cheiro forte do eucalipto, da urze, da resina, o cheiro do campo, e desembocava nas várzeas plantadas com feijão verde, tomate, couves, bróculos, pimentos onde se ouvia o som monocórdico dos motores de guerra que aspiravam a água do rio para a levar ás plantações, pena que um dia pssaram a fazer descargas de dejectos de pecuárias no rio e o mesmo passou a ser proibido durante demasiados anos, é o progresso.
Victória Victória acabou-se a linda história.

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