Às vezes penso naquilo que invejo: riqueza? poder? beleza? fama?
Não invejo nada disto, realmente estas são as caracteristicas inerentes aos outros, mais susceptiveis de suscitar inveja. Não vou ser hipócrita, claro que gostava de ser linda de morrer e rica, o poder e a fama dispensava, mas o que eu verdadeiramente invejo são as aptidões que certas pessoas têm para determinadas actividades nomeadamente relacionadas com as artes e em particular com a escrita ou mais precisamentre com o uso da palavra . Consigo lembrar-me de pessoas, a quem não acho graça, e por quem não nutro especial simpatia, a quem invejo a arte para a retórica, por exemplo Paulo Portas e Santana Lopes, para dar um exemplo da politica, e conhecido do comum mortal portuga, invejo-lhes a habilidade para o uso da palavra, considero, na minha humilde opinião que poucos, na politica portuguesa, lhes conseguem chegar aos calcanhares nesta habilidade. Evidentemente que os nomes atrás citados não são o maior alvo da minha inveja, esse lugarzinho fica reservado aos grandes escritores que fazem da palavra autêntica obra de arte, esses sim invejo descaradamente. Não sou, nem tenho pretensão de ser escritora, nunca tentei escrever nada, mas invejo quem o é, quem faz grandes textos aparentemente sem grande esforço. Claro que nada se faz sem esforço, e a genialidade, geralmente é fruto de muito trabalho e não somente de um dom, mas seguramente que o talento tem aqui um papel importante.
O meu trabalho é falar para os outros (não sou professora), às vezes pergunto-me como tenho sobrevivido nisto, custa-me tantas vezes encontrar as palavras certas, mostrar aquela segurança "de quem sabe do que é que está a falar" (que também invejo), mas uma coisa descobri, é muito mais fácil falar para desconhecidos, para quem nunca se viu na vida, e com um bocado de sorte, nunca se voltará a ver, do que falar para quem se conhece.
Enfim, o que eu queria mesmo era ser um genio, linda e maravilhosa, bem arreada (?), segura de si, e falar sobre tudo, com aquele conhecimento de causa, que só alguns conseguem. Há-os, que dizendo as maiores barbaridades, ninguém ousa duvidar e eu conheço algumas pessoas assim, e o pior é que a maior parte nem as considero muito inteligentes, bolas! o que estou para qui a dizer?
sexta-feira, 11 de abril de 2008
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